SENHOR DA CASA DA MORTE
Por R. S. de Farias
Parece que foi ontem,
Havia vida nesta casa.
Habito uma casa arruinada
Que desceu ao inferno
No meio das sombras.
Um dia, nos anos que já morreram,
Havia candidatos a fantasmas
E tudo era uma coisa estranha e formidável.
Mas hoje só fiquei eu, o senhor da casa da morte.
E a lembrança de um tempo que nunca mais voltará
Assombra um coração tornado fantasma vivo,
Gritando e gritando silenciosamente na mente
Aquele terror que somente os mortos não sentem mais.
Cadê aqueles túmulos voando invisíveis, gorgolejando a dor
Da morte em vida?
Silenciaram todos os túmulos! Estão todos mortos
Restou eu, mas eu também estou morto mesmo vivendo.