MONTANHAS VERDEJANTES

Por Rogério Silvério de Farias

 

Ó montanhas verdejantes,
Vós que circundais minha cidade,
A cidade envolta em sonhos e sombras!
Por vossos arvoredos verdoengos meus olhos correm
Na velocidade dos sonhos sombrios!
Por horas eu contemplo a sombra gigantesca
Da nuvem que passa no céu como uma caravela,
E vejo as árvores enegrecidas numa melancolia atroz.

Ó montanhas verdejantes,
Vós me passais um encanto sinistro,
E minha alma se ajoelha diante de vossas colossais formas!
Por anos tenho vivido na solidão,
Minha nau vai sozinha por mares oníricos,
Singrando, singrando sempre,
Sempre sozinha!

Ó montanhas verdejantes,
Queria ser enterrado num de vossos píncaros,
Queria tornar-me montanha também,
E assim, como vós, estar mais perto da lua e das estrelas!

Vida, passai rápida!
Morte, chegai lépida,
Concedei-me teu beijo,
Levai-me pela mão
Como um menino sonhador que sou,
Levai meu espírito solitário,
Quero habitar as regiões onde a alma encontra o seu lar!

Ó montanhas verdejantes!
Como vós sois belas!
Natureza, bendita sois vós
Que criastes essas deusas pétreas
Onde eu, o sonhador da morte,
Cravo meus olhos e meus sonhos

Nas horas em que a solidão me atormenta! 

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