O DIA MARTELA OS SONHOS

Por Rogério S. de Farias


O dia martela os sonhos, mas tudo vibra

numa dor que é como uma explosão silenciosa de nada e fúria

na engrenagem invisível do fadário particular de cada um.

 

A morte mastiga corpos que em nada lerão nas entrelinhas da sorte ou do azar.

Que maldade estar entre os vivos, 

sem nada para absorver senão o sofrimento que dança 

no jazigo do eu na aflição do moedor de carnes que são nossas horas efêmeras!

 

O grande corvo que é a noite não reduz em nada a aflição do corpo

que sonha enquanto morre num grito silencioso de desespero,

como um mudo eletrocutado pela energia do destino.

 

Mas que blasfêmia é essa, de viver para morrer?

De nada adianta o espírito reclamar da posse do corpo pelos vermes...

Ao morrermos, resta-nos murmurar o último pensamento:

Tudo foi uma farsa, inclusive o eu...





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