OBSCURO VERME ERRANTE DO INFERNO

Por Rogério Silvério de Farias

 

Por esses labirintos negros
Que são todas as horas
Que vão do berço ao túmulo,
Contaminaste o teu desespero
Com toda a força do teu ódio!

Atravessaste os dias,
Rios insanos,
Cego em suprema loucura,
Quando teu tédio era teu combustível,
Carro aéreo fúnebre que te levava e elevava!

Quando? Quando foi que erraste de modo certo?
No primeiro minuto em que a chuva caiu
Nos campos solitários de teus olhos?
Toda chuva, toda lágrima perdida,
Venenos lentos e imprevisíveis,
Suor frio de um coração acusador!

De quais esferas pútridas, ignotas e rancorosas
Vieste, tu eremita do inferno, que morres lentamente
Em carne, sangue, som e fúria?
Ó carcaça sonâmbula de um mundo hipnótico,
Por que te arrastas qual nômade
Por esta estranha estrada de loucura - a vida?



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