ATÉ QUE O CHIFRE NOS SEPARE

Por Rogério S. Farias


Tu, que valsavas por entre

As névoas de tua libido feroz,

Ó dadivosa piranha santa

Do rio da vida!


Tu, e somente tu,

Sorveste a semente branca

Enquanto cagavas solenemente

Para a maledicência dos aviltados,

Que tipo de mulher és tu,

Ó messalina da última viagem?


O que nos separou foi um mar,

Nossa humanidade foi o o cajado de Moisés

Separando as águas,

Juramos eternidade na paixão,

Até que um chifre nos separasse.

Chifre de deus, 

Homem, mulher, súcubo, íncubo, demônio ou a puta que pariu!


Nesta minha vida que é um velho crânio

Apodrecendo solitário no deserto do mundo,

Foste o álamo sagrado, a chama luciférica,

O oásis astral da minha primitiva loucura!


Que tipo de boceta imprestável é a tua

Que viaja de um corpo a outro

Sem ligar para as dores da alma e a merda do cu,

Sempre assim, hegemônica,

Ao sabor das malditas reencarnações

Que sonhaste indolentemente

Como uma vaca jovial!

Esta tua vagina sonhadora

E forrada de traças!


Que comédia de bosta é este mundo

Criado por um demente demiurgo?


Somos todos palhaços

Neste circo demiúrgico

De riso e cólera.


E o mundo assim, pouco mais que um penico gigante!

Que tipo de divindade demente, insana, foi capaz de nos cagar?






 

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